quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

NOVA VITÓRIA DOS CONCURSADOS DA PREFEITURA DE PAULO AFONSO

NOVA VITÓRIA DOS CONCURSADOS
Em mais um capítulo da longa novela dos concursados da prefeitura de Paulo Afonso o prefeito Anilton foi surpreendido com mais uma derrota. O presidente do STJ resolveu dar total crédito à legalidade do concurso, não cabendo mais recurso a nenhuma instância. O que a prefeitura ainda pode fazer é solicitar a uma comissão de juízes da corte um pedido de estudo (o termo técnico é “pedido de agravo”) sobre o resultado. O boato de que ele poderia recorrer ao STF é pura lenga-lenga de perdedores. Essa comissão de juízes da corte, inclusive, não demora nesse processo de estudo. Isso quer dizer que o resultado sairá rápido e, provavelmente, mais uma vez favorável aos concursados. Diz uma piada na cidade que o resultado sairá mais rápido do que Anilton pronunciar a frase “Luis de Deus mandou que eu fizesse isso”.
A estratégia de Anilton de bater contra o concurso público foi equivocada desde o início. O concurso foi feito dentro de padrões éticos e legais, além de ter tido a devida fiscalização de entidades sérias, entre elas a própria OAB. As derrotas de Anilton foram todas previsíveis. Sua insistência em não querer admitir os concursados é meramente eleitoreira. Como qualquer prefeito provinciano ele quer os cargos da prefeitura para apaniguados seus. O “cabide de empregos” é uma tradição nas prefeituras do interior do Brasil, é uma das heranças malditas do coronelismo. Anilton é muito arcaico para quem faz pose de administrador moderno.
Ele poderia ter se saído melhor se tivesse aceitado a legalidade do concurso. Poderia ir chamando os concursados aos poucos e ir tentando cooptá-los para apoiá-lo. Mas não, preferiu bater neles e negar-lhes o direito a um emprego justo. Agora é tarde para mudar de tática. Sua atitude fez apenas aumentar o ressentimento entre os que passaram. Hoje pedir para que um deles venha a votar em Anilton (ou Luis de Deus) é o mesmo que pedir a Lua para beijar o Sol. A atitude do prefeito de negar o concurso público é anti-republicana. Prefere privilegiar o bajulador e prejudicar o competente. “Lamba-me os pés e você terá um cargo na prefeitura, mas demonstre competência nos estudos e você será prejudicado”, parece ser a lição que nos é passada por esta atitude de enfrentamento com os concursados.
Este capítulo da história política de Paulo Afonso não será facilmente esquecido. Ele é um marco, pois representa um combate entre a legalidade e o desrespeito à lei. Na assembléia dos concursados no dia 10 de janeiro o clima era de esperança e as explicações do advogado, o senhor Celso Pereira, foram suficientes para manter o espírito de vitória final. A oposição em Paulo Afonso esteve presente com os vereadores Dinho, Ozildo, Aroldo e Regivaldo Coriolano, além de outras lideranças. A oposição desde o início acertou ao apoiar a luta dos concursados, incluindo ai o ex-prefeito Raimundo Caires.
A oposição está eufórica: Anilton perde para os concursados e não conseguiu emplacar o seu amigo do INSS na Câmara. A atitude do prefeito de enfrentamento com a legalidade do concurso público também tem outro efeito: jogou no lixo a fama de Anilton como bom administrador público. Como se sabe um bom administrador deve respeitar a Lei e não afrontá-la.
Janeiro começou quente em Paulo Afonso. 2012 só está começando.
Aristóteles Lima Santana, 16/01/2012.

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